Archive for junho, 2010
Eu crio a minha própria vida
Quando eu decidi não procurar mais emprego e empreender, percebi que teria que quebrar algumas barreiras internas para poder evoluir.
Uma delas se referia ao dinheiro. Como tudo o que se constituiu em minha vida, o pensamento em relação ao dinheiro foi herdado da família. E o que aprendi dessa herança foi: dinheiro é igual à segurança. Na minha cabeça se formou a seguinte equação: se dinheiro é igual à segurança, então segurança é igual à economia, pois se economizamos, temos dinheiro e então estamos seguros.
Conversando sobre isso na terapia, percebi que esse era um condicionamento que poderia não ser muito benéfico para a vida empreendedora. Daí, por sugestão, li “Os Segredos da Mente Milionária”.
Descartadas todas as palavras e frases chavão que aparecem no livro, ele tem um conteúdo bem legal. Pelo menos, me ajudou a perceber que economizar é bom, mas não me ajuda a fazer o dinheiro render. Afinal, o que se tira e não se põe, acaba.
Segue um trecho de um dos capítulos do livro, que trata da autoconfiança, de como as pessoas, muitas vezes, se vitimizam e em vez de assumirem o controle sobre a sua vida, passam essa responsabilidade a outros. E como você sabe quando alguém está se fazendo de vítima? O livro dá 3 pistas:
Nº 1 – A culpa é dos outros: “Quando o assunto é o motivo de não serem ricas, as vítimas, na sua maioria, são especialistas no “jogo da culpa”. O objetivo desse jogo é ver para quantas pessoas e circunstâncias uma vítima consegue apontar o dedo sem jamais olhar para si mesma”.
Nº 2 – Sempre há uma justificativa: “Quando não está culpando alguém, a vítima trata de racionalizar ou justificar a sua situação dizendo algo do gênero: “O dinheiro não é assim tão importante”. Eu lhe pergunto: você acha que, se disser ao seu marido ou à sua mulher…ao seu namorado ou à sua namorada, …. que eles não são assim tão importantes, algum deles ficaria muito tempo com você?”.
Nº 3 – Viver se queixando: “Queixar-se é a pior coisa que alguém pode fazer por sua saúde e riqueza. A pior mesmo. Por quê? Acredito piamente na lei universal que diz: “Aquilo que focalizamos se expande.” Quando você se queixa, no que está se concentrando: naquilo que está certo ou no que está errado na sua vida?”
Grazi
O seu caminho possui um coração?
Faz pouco mais de duas semanas que encerramos as atividades da agência. E sabe do que eu mais sinto falta? Das pessoas. Da convivência diária com a minha sócia e amiga querida e com os amigos da Boa Design Digital, com quem compartilhávamos o espaço. O que me conforta é saber que eles continuam no meu coração. E vice-versa.
E por falar em coração, aproveito para contar um pouco sobre a escolha do meu novo caminho. Acho que vale a pena, pois percebi que muita gente tem dificuldade de entender ou aceitar as escolhas feitas com o coração. Tenho ouvido comentários do tipo “que pena que vocês não deram certo… E agora? Você vai fazer doces e fotos até arranjar um emprego?” ou “mas você não é jornalista? Vai ficar fazendo isso?” ou ainda “nossa, você não prefere ser dona de agência? Dá mais dinheiro, não dá?”…
De jornalista passei a fotógrafa e doceira. Não vou repetir tudo o que já dissemos sobre o fim da Jenipapo Comunicação. Pra quem não entendeu e diz que não deu certo, paciência. Pra mim o que importa é o que deu certo enquanto durou. E, na boa, não acho que o meu novo caminho seja motivo de lamentação, vergonha ou decadência. Muito pelo contrário! A vida está me dando a oportunidade de trabalhar com coisas que me fazem muito feliz. Sem contar que nunca almejei status, quem me conhece sabe bem disso.
Como sempre não planejei nada. A vida me colocou novamente numa encruzilhada e me mostrou alguns caminhos. Ouvi meu coração e optei por esse. Nunca tracei um plano de metas, daqueles que definem a posição profissional, o estado civil e o número de filhos daqui a sei lá quantos anos. Defeito ou não, o fato é que nunca tive vontade de fazer isso e talvez por essa razão eu não fico pra morrer a cada mudança repentina.
Mas é claro que, assim como as contas para pagar, a insegurança, a incerteza e o medo sempre aparecem. Daí vem a insônia com aquelas perguntinhas: Será que eu tô fazendo certo? O que vai ser da minha vida? Numa dessas noites, abri um livro velho que gosto muito: Meditando na cozinha, da Sonia Hirsch. Dei de cara com este trecho: … Don Juan de Carlos Castañeda fala assim dos caminhos da vida: “Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o quantas vezes julgar necessário. Então, faça a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, ele não tem a menor importância”.
Pow! Foi como se alguém tivesse me dito: é isso aí, o caminho é esse, siga seu coração. Então, o que posso dizer hoje é que estou muito empolgada e feliz com as novas perspectivas. Estou adorando trabalhar sem a angústia que muitas vezes o mundo corporativo me fez sentir. Como vai ser tudo isso agora? Não sei! Mas acho que vai ser bom. Volto aqui para contar!
E no seu caminho? Tem um coração? Pense nisso! 😉
Beijos,
Lili